segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Semana de múltiplas aprendizagens e minha última aula prática

Esta semana ministrei a minha última aula prática, que foi de língua portuguesa no 5º ano, turma 502. O tema da aula foi VERBO, em três tempos verbais, o pretérito perfeito, o mais-que-perfeito e o imperfeito. A aula foi bem interessante, as crianças gostaram bastante!

Iniciei a aula com uma canção bem interessante, porém sem a melodia, porque não a consegui disponível na internet. Então, a levei digitada para cada uma das crianças. Esta canção era a canção do Arnesto, onde se encontra diversas formas do vocabulário erroneamente. Vejamos: O Arnesto nos convidou prum samba/ Ele mora no Brás/ Nóis fumo e não encontremos ninguém/ Nóis vortemo com uma baita de uma reiv

a/ Da outra vez nóis não vai mais/ Nóis num semo tatu/ No outro dia/ Encontremo com Arnesto/ Que pediu desculpa/ Mas nóis não aceitemo/ Isso não se faz Arnesto/ Nóis não se importa/ Mais você devia ter ponhado um recado na porta.

Em seguida foi à hora de sortear alguns verbos para conjugarmos juntos. Enquanto íamos descobrindo em qual tempo verbal tais verbos se encontravam, eu ia expondo oralmente o conteúdo para eles. Depois desta análise em grupo, foi a hora de fazer a atividade, que era para eles construírem seis frases, cada qual com um verbo que lhes tinha sido entregue, com o tema livre, desde que tivesse sentido, depois classificá-los e por fim explicarem com as suas palavras, sinteticamente, os três tempos verbais, que haviam sido estudados. =]

Ao término da aula eu lhes entreguei uma lembrancinha que preparei com muito carinho, que foi um bloquinho, com uma menina para as meninas e com um menino para os meninos, juntamente com um lápis e com uma borracha. =)

Em minha turma de estágio iniciamos o livro “Cachinhos de ouro” da autora Ana Maria Machado. Trabalhar literatura na educação infantil é fundamental, já que, os alunos muitas vezes vêm de lares em que não existe o hábito de leitura. Às vezes é a figura do professor seu único modelo de leitor e por esse motivo o educador tem uma grande missão em suas mãos.

Ana Maria Machado é a autora do livro intitulado Como e por que ler os clássicos universais desde cedo (2002). Nesse livro ela defende o direito das crianças terem o primeiro contato com os grandes clássicos, desde pequenas.

É claro que não se espera que tenhamos crianças lendo extensos textos em sua forma original, mas ao menos proporcionar-lhes o contato com essas histórias através das adaptações feitas especialmente para elas e incentivadas a mais tarde, quando tiverem mais idade e o domínio completo da leitura, lerem também os originais.
Como ninguém deve ser obrigado a ler nada, pois ler não é dever e sim direito, é papel do professor despertar o desejo, criar as oportunidades para o gosto de se ler. Alguém pode questionar o por que de se fazer uso de clássicos e não apenas dos conhecidos contos de fadas ou livros infantis. Os clássicos são livros eternos que não saem de “moda” e abrangem uma infinidade de paisagens, histórias e personagens que fazem parte da nossa vivência cultural. São viagens entre gregos e troianos, sagradas escrituras, lendas do Rei Artur, descobertas de ilhas e mundos, encantos das fadas, histórias marítimas e aventuras sem fim.

A nossa linguagem está cheia de referências que necessitam de um conhecimento prévio para ser totalmente compreendida e contextualizada, como registra Ana Maria Machado: Quando dizemos que uma coisa é bacana, estamos fazendo alusão a Baco, o nome do romano deus do vinho. Se alguém recebe um presente de grego, isso é uma lembrança da guerra de Tróia. Se lança o pomo da discórdia, também é. Cada referência remonta a toda uma história. Falamos em ouvir o canto da sereia, em narcisismo, em complexo de Édipo, em caixa de Pandora, em calcanhar de Aquiles – e cada uma dessas expressões se refere a uma história grega diferente. (MACHADO, 2002, p.29)

Também na linguagem, se nosso pequeno aluno conhecer esses relatos, entenderá:
[...] o que são tempos de vacas magras, e em que consiste vender a primogenitura por um prato de lentilhas. Ao transportar um bebê num moisés, saberá por que o cestinho tem esse nome. Quando encontrar expressões como “separar o joio do trigo”, “lavar as mãos”, “mudar da água para o vinho” ou “dar a outra face”, ou quando por acaso ler num jornal uma referência ao farisaísmo ou a sepulcros caiados, saberá exatamente a que o texto está fazendo alusão. (MACHADO, 2002, p.39)

Levando em consideração todos os motivos acima mencionados e partindo das etapas do Método Recepcional e dos estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa Literatura e Ensino, da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP), Campus da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho, sob a liderança da professora Hiudéia Tempesta Rodrigues Boberg, foi elaborado um roteiro de atividade e aplicado em uma segunda série de zona rural.
O método recepcional foi sistematizado pelas pesquisadoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar no livro Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas, e consta de cinco etapas que pretendem levar em consideração as nece
ssidades e também as preferências dos alunos: determinação do horizonte de expectativas, atendimento do horizonte de expectativas, ruptura do horizonte de expectativas, questionamento do horizonte de expectativas e ampliação do horizonte de expectativas. O grupo de pesquisa citado propôs uma readaptação do método na etapa da “ruptura do horizonte de expectativas” incluindo a transversalidade nesse momento.

Outras adaptações estão nas estantes de nossas bibliotecas escolares, à espera de serem apresentadas a nossos pequenos alunos. Com certeza serão bem vindas com todos seus encantamentos e aventuras e enriquecerão os sonhos e a cultura de nossos alunos, além de fazerem, a nós professores, retomar essas viagens maravilhosas, percebendo novos pontos antes não vistos, pois reler um clássico é navegar e as águas nunca são as mesmas, sempre se renovam.

O livro que iniciamos neste segundo semestre trabalha ao mesmo tempo temas como a amizade, a família, o medo, a ética, além de noções de grandeza, no que se refere ao tamanho dos ursos e dos objetos.

O tema central da referida história, é: “Cachinhos de ouro” é uma menina muito lourinha que, andando pela floresta, viu uma casinha linda e resolveu entrar. De quem será essa casinha tão linda?

Curiosidades acerca do história em destaque: “Cachinhos dourados e os Três Ursos” é uma história muito popular no mundo inteiro, teve sua origem no folclore europeu. Sua primeira versão publicada, ocorreu em 1837 pelo poeta Robert Southey em seu livro “ Os Doutores”. Nesta, os três ursos têm a casa invadida por uma senhora, e não por Cachinhos Dourados. Desde então, a história ganhou inúmeras versões, sendo as mais conhecidas, as protagonizadas por uma menina de cachinhos dourados.

Esta semana as crianças também aprenderam o numeral 7! A atividade que eles fizeram foi a movimentação de tal letra, depois a representação com material concreto e por fim a reprodução de tal numeral. As crianças não encontraram dificuldades em fazer este numeral, já que sua movimentação é muito simples e básica, aracterizada pelas crianças, por “fácil demais”! =)

Fizeram também uma outra atividade, nesta porém encontraram certa dificuldades. A atividade em si era simples, porém as crianças não a compreenderam na íntegra e acabaram perdendo algumas imagens. A atividade era para que eles recortassem quatro figuras e arrumarem de acordo com seus respectivos pares. Sendo assim a atividade era: “Qual combina com qual?”.

Nesta semana começamos ensaiar as parlendas novamente, algumas crianças já a haviam esquecido, porém rapidamente no ensaio a recordaram. A coreografia está muito legal e as crianças amaram, principalmente a parte em que eles tem que se jogar ao chão. A parlenda deles é a do touro. Vejamos: HOJE É DOMINGO/ PÉ DE CACHIMBO/ CACHIMBO É DE BARRO/ BATE NO JARRO/ O JARRO É DE OURO/ B

ATE NO TOURO/ TOURO É VALENTE/ BATE NA GENTE/ A GENTE É FRACO/ CAI NO BURACO/ O BURACO É FUNDO/ ACABOU-SE O MUNDO!

“A Parlenda (do verbo parlar) ou trava-línguas, é uma forma literária tradicional, rimada com caráter infantil, de ritmo fácil e de forma rápida. Usada, em muitas ocasiões, para brincadeiras populares. Normalmente é uma arrumação de palavras sem acompanhamento de melodia, mas às vezes rimada, obedecendo a um ritmo que a própria metrificação lhe empresta. A finalidade é entreter a criança, ensinando-lhe algo. Algumas vezes, é chamada de trava-línguas, quando é repetida de forma rápida ou várias vezes seguidas, provocando um problema de dicção ou paralisia da língua, que diverte os ouvintes. Assim, pede-se a alguém que repita uma parlenda, em prosa ou verso, de forma rápida - "fale bem depressa" - "diga correndo" - ou que a repita várias vezes seguidas - "repita três vezes". As parlendas não são cantadas e, sim, declamadas em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuação verbal. Os portugueses denominam as parlendas cantilenas ou lengalengas. Na literatura oral é um dos entendimentos iniciais para a criança e uma das fórmulas verbais que ficam, indeléveis, na memória adulta. [...] Os trava-línguas fazem parte das manifestações orais da cultura popular, são elementos do nosso folclore, como as lendas, os acalantos, as parlendas, as adivinhas e os contos. O que faz as crianças repeti-los é o desafio de reproduzi-los sem errar. Entra aqui também a questão do ritmo, pois elas começam a perceber que, quanto mais rápido tentam dizer, maior é a chance de não concluir o trava-línguas. Esse tipo de poema pode ser um bom recurso para trabalhar a leitura oral, com o cuidado de não expor alunos com mais dificuldades. É nessa leitura que melhor se observa o efeito do trava-línguas e, dependendo da atividade, passa a ser uma brincadeira que agrada sempre. Os trava-línguas podem ainda ser escritos para criar uma coletânea de elementos do folclore e pesquisados em diferentes fontes: livros, sites na internet ou revistas de passatempos.Um dos trava-línguas mais usados na escola são: ‘O tempo perguntou para o tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não tem tempo de dizer pro tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem’.”

No decorrer desta semana também estamos cuidando muito bem do "bichinho da gripe suína", lavamos as mãos na entrada, depois das atividades, antes do lanche-e ainda passamos alcool gel-, depois do parque e por fim antes de ir embora. Achei super engraçado porque nesta semana quando estava lavando as minhas mãos na entrada uma criança falou assim: "Nossa tia, como lava bem as suas mãos!! Faz tanta espuma.. Me ensina!?" Então a ensinei, e na hora do lanche lá estava ela lavando as mãos fazendo bastante espuma, olhando para mim e rindo! Achei isto muito gratificante. São nos pequenos e simples gestos que percebemos a pureza e a alegria das crianças, além da tamanha gratificação que tal profissão nos proporciona!! =)

Webgrafia: - http://proportoseguro.blogspot.com/2009_02_01_archive.html

- http://66.228.120.252/infantil/417376

- http://www.anamariamachado.com/livros/multiana.php?txtChave=&slcTit=12&slc Edit=9999&slcIlust=9999&slcPrem=9999&slcColec=9999&submitButtonName=Pesquisar

2 comentários:

  1. Tatiana parabéns pelas suas aulas! Tive a oportunidade de assistir a ultima, e percebi como você é atenciosa com as crianças e responsável com aquilo que faz.
    Educar é um dom parabéns por tê-lo .
    Sucesso sempre na sua caminhada que só está começando!
    beijos Rhaísa

    ResponderExcluir